(Oxalá não te entristeça meu fado, meu astro signo real)
…a noite clara intensifica a atmosfera morna. Eles chegaram. Os cães não ladraram.
Eu tinha visto o sinal.
Não há móveis, apenas pesadas penas imóveis.
Hão-de vir mais tarde. Por agora a casa está despida de pensamentos, conjecturas e aspirações.
A limpeza prossegue, é preciso renovar o ar deixado pelos móveis antigos outrora erguidos sobre largas raízes.
Ainda cheira a tralha.
Deixa as janelas abrirem-se.
Um silêncio que grita ecoa na sala vazia.
Deixa que a escuridão a invada com seus fantasmas nocturnos e pede-lhes que se diluam no medo de mil vozes de mil livros.
Estão falando todos ao mesmo tempo com igual vigor e eloquência.
Os cicerones enviados pela lua saberão guiar cada voz ao seu reino original, onde cada uma delas se transformará numa voz brilhante então devolvida á sua orquestra celestial.
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