quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Oxalá!


(Oxalá não te entristeça meu fado, meu astro signo real)


…a noite clara intensifica a atmosfera morna. Eles chegaram. Os cães não ladraram.

Eu tinha visto o sinal.

Não há móveis, apenas pesadas penas imóveis.

Hão-de vir mais tarde. Por agora a casa está despida de pensamentos, conjecturas e aspirações.

A limpeza prossegue, é preciso renovar o ar deixado pelos móveis antigos outrora erguidos sobre largas raízes.

Ainda cheira a tralha.

Deixa as janelas abrirem-se.

Um silêncio que grita ecoa na sala vazia.

Deixa que a escuridão a invada com seus fantasmas nocturnos e pede-lhes que se diluam no medo de mil vozes de mil livros.

Estão falando todos ao mesmo tempo com igual vigor e eloquência.

Os cicerones enviados pela lua saberão guiar cada voz ao seu reino original, onde cada uma delas se transformará numa voz brilhante então devolvida á sua orquestra celestial.


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